ChatGPTInteligência Artificial

Imagine ser punido por escrever… como um humano.

Ferramentas como GPTZero e ZeroGPT, projetadas para identificar textos gerados por IA, falham miseravelmente. De Constituições a passagens bíblicas, tudo é “culpado” de ser escrito por máquinas. O resultado? Falsos positivos, injustiças, e um impacto destrutivo, especialmente na educação, onde alunos são condenados sem provas reais.


A Piada dos Falsos Positivos
Sim, a Constituição dos Estados Unidos e a Bíblia marcadas como “escritas por IA”. Ridículo, não? Mas é isso que acontece, porque esses textos têm uma linguagem formal e previsível, uma característica que os detectores interpretam como artificial. Humanos escrevem assim há séculos, mas, aparentemente, os “pais fundadores” agora são bots.

Uma captura de tela viral mostrando o GPTZero dizendo: “Seu texto provavelmente foi escrito inteiramente por IA” quando alimentado com parte da Constituição dos EUA.

Como Esses Detectores Realmente Operam (Ou Tentam)
Eles se baseiam em métricas que, no papel, são geniais:

  • Perplexidade: Mede previsibilidade. Textos formais são previsíveis, logo, “robóticos”.
  • Burstiness: Analisa a variação de estrutura. Humanos alternam frases curtas e longas, mas IA tende a ser consistente.

Na prática? Esses critérios são tão frágeis quanto uma teia de aranha no vento.

Uma seção do Livro de Gênesis da Bíblia é sinalizada como 88,2% gerada por IA pelo ZeroGPT. Crédito: Ars Technica

Uma Caça às Bruxas Moderna
Alunos são acusados de trapaça por ferramentas que não conseguem distinguir um estudante real de um programa. Relatos frequentes mostram:

  • Erros devastadores: Um aluno nos EUA foi acusado injustamente, enfrentou crises de pânico e viu sua vida acadêmica despencar.
  • Viés linguístico: Escritores não nativos de inglês são alvos fáceis, com maior chance de serem “marcados”.

O custo emocional e educacional dessas acusações baseadas em pseudo-tecnologia é brutal.


Por Que Não Funciona e Nunca Vai Funcionar
Especialistas afirmam: detectores de IA são quase inúteis. Funcionam apenas ligeiramente melhor que um chute aleatório e podem ser facilmente enganados. Soluções reais? Educar, não punir. Professores como Ethan Mollick sugerem integrar a IA como uma aliada, não um inimigo.


O que será Inevitável
A escrita assistida por IA já é parte da realidade. Em vez de focar em “caçar” quem usa IA, a pergunta certa é: O autor compreende o que escreveu? Ferramentas são apenas meios, e a ética está no uso.

Caçar textos “robóticos” é inútil. Focar na compreensão humana é o caminho. A IA não é o inimigo; a ignorância sim.

Fontes: OpenAI Quietly Shuts Down Its AI Detection Tool – Decrypt

Why AI writing detectors don’t work – Ars Technica


Hibrael Loures

Criador da Comunidade UDIIA Trabalho com projetos, criação de conteúdo e IA Apaixonado por tecnologia

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