“Mas vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são esses que o Pai procura para seus adoradores.” (João 4:23)
“Quando orardes, entrai no vosso quarto e, fechada a porta, orai a vosso Pai que está em secreto; e vosso Pai, que vê em secreto, vos recompensará.” (Mateus 6:6)
Enquanto isso, na Suíça, uma igreja em Lucerna decidiu instalar um holograma de Jesus alimentado por inteligência artificial (IA) para “ouvir” confissões. Batizado de “Deus in Machina”, o projeto permite que visitantes interajam com uma projeção digital de Cristo, respondendo perguntas baseadas em textos bíblicos e informações religiosas. A IA, segundo os responsáveis, se comunica em mais de 100 idiomas e tem como objetivo atrair e impactar os fiéis de forma moderna e acessível.
Mas será que essa inovação é realmente uma tentativa de se conectar com Deus? Ou seria, no fundo, mais uma elaborada manifestação de vaidade tecnológica?
A resposta está nos próprios ensinamentos de Jesus. Ele nunca enfatizou aparências, métodos extravagantes ou inovações para alcançar o Pai.
Pelo contrário, sua mensagem era sobre a simplicidade e a intimidade da oração, em espírito e verdade, algo que nem o holograma mais avançado pode imitar.
A IA, apesar de fascinante, não sente, não tem o Espírito Santo, e, mais importante, não pode discernir o coração humano. O que ela entrega é uma ilusão de profundidade, um simulacro vazio que não substitui a presença viva de Deus.
Jesus já advertiu contra práticas que, sob o pretexto de devoção, se tornam apenas espetáculos: “Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim.” (Mateus 15:8).
E aqui está o maior problema: o “Jesus de IA” não é sobre intimidade com Deus, mas sobre impressionar os olhos humanos com o brilho da tecnologia. É a transformação de algo sagrado em um artifício moderno, onde o foco não é o Criador, mas a criatura e suas criações.
Enquanto a verdadeira confissão exige vulnerabilidade, arrependimento e um coração contrito, interagir com uma máquina é apenas um ritual vazio, sem troca, sem perdão real, sem graça. No final, o holograma pode atrair turistas, mas por si só, não será um caminho para o Pai.
Porque, afinal, o Deus que vê em secreto não precisa de projeções tridimensionais para nos ouvir. Ele já está aqui, esperando pelo coração sincero.